quinta-feira, 4 de outubro de 2012

PSICOLOGIA- PRÉ HISTÓRICA



O desenvolvimento do psiquismo no ser humano é central na Psicologia. Como pudemos nos tonar o que somos hoje? De onde surgem as capacidades humanas que apresentamos? São naturais? São históricas? Essas perguntas podem ser consideradas como norteadoras de uma Psicologia que no início do século XX,  na recém-criada União Soviética, sob a influencia do pensamento marxista, surge para torna-se uma alternativa na Psicologia atual.

  • A VISÃO DE FENÔMENO PSICOLÓGICO OU O OBJETO DA PSICOLOGIA


A Psicologia Sócio-Histórica toma como base a Psicologia de Vygotsky.
O fenômeno psicológico, objeto de estudo da Psicologia, refere-se à experiência pessoal dos sujeitos.
A Psicologia Sócio-Histórica, em sua origem, no pensamento de Vygotsky, questionou essa certeza e quis pensar esse fenômeno como uma experiencia pessoal que se constitui no coletivo e na cultura. Para os sócios-históricos, a subjetividade não está dada como um a priori, mas é uma conquista humana a partir de sua atividade e sua intervenção transformadora sobre o mundo.
Assim, o fenômeno psicológico não pertence a uma natureza humana. Ao contrário, ele é pensado como algo que os humanos constituíram como possibilidade devido à forma como nos inserimos e atuamos no mundo. Para a teoria, foi o trabalho- instrumental de transformação do mundo para obter sobrevivência  o responsável por essas transformações.

  • NÃO HÁ NATUREZA HUMANA; HÁ CONDIÇÃO HUMANA


Para os sócios-históricos não existe uma natureza humana. Não existe como uma essência abstrata, universal e eterna que caracterizaria os humanos. Existe uma condição humana que se caracteriza pelo fato de os humanos construírem suas formas de satisfação de necessidade e fazerem isso com outros humanos, coletivamente.
Condição humana não é natureza humana. Condição humana é exatamente a possibilidade de os humanos criarem a si próprios, libertando-se dos limites impostos pelo biológico de seus corpos.

  • A IMPORTÂNCIA DA CULTURA


A cultura é a melhor expressão ou fotografia do avanço da humanidade.
A cultura não é um conjunto de objetos criados pelos humanos, a cultura é a humanização do mundo material. Os humanos se colocam nesse mundo e põem suas mãos e seus corpos para transformar o mundo material.
Criamos, além de objetos, rituais. Criamos ideias, ciências, religiões, arte... Criamos um mundo, à nossa volta, humanizado. Nós, humanos, estamos lá, em casa coisa que está à nossa volta. Há ali trabalho humano, mãos e corpos humanos, ideias e desejos humanos.

NOÇÕES BÁSICAS DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA

A concepção do humano da Psicologia Sócio-Histórica pode ser assim sintetizada: o ser humano é um ser ativo e histórico. É essa sua condição humana. O homem constrói sua existência a partir de uma ação sobre a realidade, que tem por objetivo satisfazer suas necessidades. Mas essa ação e essas necessidades têm uma característica fundamental/; são sociais e produzidas historicamente em sociedade. A necessidades básicas do ser humana não são apenas biológicas, ao surgirem, elas são imediatamente socializadas. Por exemplo, os hábitos alimentares e o comportamento sexual são formas sociais e não naturais de satisfazer necessidades biológicas.
As relações sociais nas quais ocorre esse processo modificam-se à medida que se desenvolvem as necessidades humanas e a produção que visa satisfazê-las. É um processo de transformação constante das necessidades e da atividade dos homens e das relações que eles estabelecem entre si para a produção de sua existência.
Assim, o ser humano é ativo, social e histórico.

  • AS CATEGORIAS DE ANÁLISE DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA


A Psicologia Sócio-Histórica utiliza-se de algumas categorias de análise que correspondem a essa forma de ver o processo e o movimento humano: atividades, consciência, identidade, afetividade, linguagem, sentido e significado.
'' (...) Consciência e atividade se encadeiam e se determinam reciprocamente, ao mesmo tempo em que se confrontam e se superam, intermediadas pela reflexão. Não basta a ação avançar para que automaticamente a consciência se transforme. A ação tem que ser refletida criticamente: tem de ser trabalhada ao nível psicológico. A consciência também é trabalho, atividade subjetiva em relação à atividade objetiva, e não transposição mecânica, reflexo de relações objetivas''.
'' (...) A linguagem, portanto, o instrumento fundamental nesse processo de mediação das relações sociais, no qual o homem se individualiza, se humaniza, apreende e materializa o mundo das significações que é construído no processo social e histórico.''
As relações sociais têm enorme importância para a teoria. Os vínculos que se constituem vão permitir determinadas experiências.
''(...) o sentido de uma palavra é a soma de todos os fatos psicológicos que ela desperta em nossa consciência. Assim, o sentido é sempre uma formação dinâmica, fluida, complexa, que tem várias zonas de estabilidade variada.'' VYGOTSKI, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fonstes, 2008.

  • APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA


Esse conjunto teórico é utilizado por pesquisadores que buscam dar visibilidade ao movimento de transformação do humano e às construções subjetivas pessoais e sociais que são feitas. Estudam qualquer fenômeno da realidade, seja ela coletivo(social) ou individual. Os sentidos que as pessoas constroem no decorrer da experiência concreta de vida é eixo desses estudos, mas há aqueles que trabalham enfatizando a atividade e outros ainda, a identidade.
A Psicologia Sócio- Histórica nesses trabalhos ainda se põe com um diferencial grande em relação a outras perspectivas que naturalizam o mundo psicológico e deixam de lado a relação do sujeito com seu mundo social- ela pede que o profissional se posicione. Aqui o psicologo não deve estar pensando como um sujeito neutro, mas como alguém que se compromete com a construção de condições do fazer dos profissionais.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
BOCK,A. FURTADO,O; TEIXEIRA,M. Psicologias; uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. ref. amp. São Paulo. Saraiva,1999.

BEHAVIORISMO



  Houve uma época em que houve o interesse em reconhecer a Psicologia como ciência, e não mais como tradição filosófica. Para isso era necessário a definição clara e precisa de um objeto e a utilização de procedimentos objetivos de estudo. John BWatson  foi quem se interessou pelo assunto. Behaviorismo foi o termo encontrado por ele para definir o estudo da Psicologia. Para ele o comportamento era o objeto da Psicologia, devendo ser observado critérios de objetividade, e considerar o comportamento como função da certas variáveis do meio, excluindo-se conceitos mentalistas e métodos subjetivos.
  Ao longo do tempo, o termo “comportamento” foi modificando seu sentido no Behaviorismo. “Hoje, não se entende comportamento como uma ação isolada de um sujeito, mas como interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu “fazer” está inserido. Então, o Behaviorismo interessa-se ao estudo das interações entre o homem e o ambiente, ou seja, entre as ações do indivíduo (respostas) e o ambiente (estimulação)”.
  No estudo do comportamento vamos observar que há dois tipos. O comportamento reflexo ou respondente e o comportamento operante. O comportamento respondente é o “não-voluntário”, que inclui as respostas que são produzidas por estímulos antecedentes do ambiente. São comportamentos que produzem respostas que independem de “aprendizagem”. A partir do estudo desse comportamento começou-se o estudo do comportamento operante. Este “inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se pode dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou fazem o mundo em redor”. Neste tipo de comportamento há uma aprendizagem, que está na relação entre uma ação e seu efeito.
  Esses comportamentos produzem consequências. As ações são mantidas, ou não, por essas consequências. Estas podem ser denominadas reforçadoras quando aumentam a frequência de emissão das respostas que os produziram. “O reforço positivo é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz, e o negativo é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua”.
    Reforço positivo à oferece alguma coisa ao organismo.
    Reforço negativo à permite a retirada de algo indesejável.
  No reforço negativo há processos que merecem destaque:
  • Esquiva: processo onde os estímulos aversivos estão separados por um intervalo de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a magnitude do 2° estímulo.
  • Fuga: Neste, o comportamento reforçado é aquele que termina com um aversivo já em andamento.

 Ambos reduzem ou evitam os estímulos aversivos.
  • Extinção: Aqui, a resposta deixa abruptamente de ser reforçada.

  O Behaviorismo tem sua aplicação hoje, na área da educação. Os métodos de ensino, o controle e a organização das situações de aprendizagem, assim como a elaboração de uma tecnologia de ensino, contém a contribuição do Behaviorismo.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
SKINNER, Burrhus Frederic (2003) Ciência e comportamento humano 11.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 489p.
BOCK,A. FURTADO,O; TEIXEIRA,M. Psicologias; uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. ref. amp. São Paulo. Saraiva,1999.


  

A EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA




Absolutamente toda produção humana tem como vínculo passado, contribuições de diversas mentes que foram sendo organizadas e sintetizadas. Com isto concluímos que qualquer que seja a produção, material ou espiritual, possui história. Não seria diferente com a Psicologia, esta também possui sua história.
            Pode-se levar a história da Psicologia por duas vertentes, a primeira trata-se da história grega, antes da era cristã. Essa se deu na Alemanha no final do século XIX. As riquezas geraram um crescimento que permitiu que as pessoas pudessem ter uma maior ocupação com as coisas do espírito. Através desse poder surgiu a vontade de sintetizar esses pensamentos sobre o espírito humano, nascendo, então, a psicologia, junção de psyché e logos do grego, que significa alma e razão respectivamente. Nessa época havia duas “teorias”, a platônica que defendia a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo, e a aristotélica, que se tratava da mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo.
A outra vertente surgiu  2300 anos após. Trata-se do desenvolvimento moderno que é quando a Psicologia passa a ser reconhecida como ciência no ano de 1879, no Laboratório de Psicologia Experimental, instalado por Wilhem Wundt em Leipzig, Alemanha.
A Psicologia como ciência é, na verdade, não algo que surgiu simplesmente no ano de 1879. Tal é fruto de muitas pesquisas realizadas anteriormente, tendo portanto referencias passadas com a mixagem de duas características do mundo moderno. Essas são: a crença na ciência como forma de conhecer o mundo e dar respostas e soluções para problemas da vida humana e a experiência da subjetividade pessoal.
Para que haja um bom entendimento no momento em que a ciência teve seu destaque junto com o capitalismo no século XIX, é preciso se retomar algumas características da sociedade feudal e capitalista emergente. Na sociedade feudal a produção era para própria subsistência, tendo em vista que a relação senhor e servo era típica de uma economia fechada. Aqui se configura a grande virada, onde o conhecimento passa a ser de total independência da fé. A racionalidade toma frente, os dogmas passam a ser questionados, o que se vê é a possibilidade de construção do conhecimento.
Foi então com todo esse crescimento intelectual, com a busca de métodos mais rigorosos e com a construção de novas formas de produção de conhecimento que surgiram homens como Hegel, na história, Darwin, na ciência e Comte, na filosofia, trazendo suas teses que revolucionaram o mundo.


Com tanta descoberta, ainda no meado do século XIX, os problemas psicológicos alem de estudados pelos filósofos passaram a ser, também, investigados pela Fisiologia e Neurofisiologia. O que se procurava era a verdade em diversos aspectos e áreas. Havia uma sede do conhecimento. O cérebro foi estudado de tal forma que o objetivo era entender não só seu funcionamento, mas também seu mecanismo, aqui a Psicologia passa a trilhar os caminhos da Fisiologia, da Neuroanatomia e da Neurofisiologia.  
O caminho a ser estudado e as descobertas foram muitas, passou-se a observar o fenômeno chamado de Psicofísica que em 1860 expeliu uma importante lei, a Lei de Fechner-Weber. Esta lei estabelece a relação entre estimulo e sensação, permitindo a sua mensuração. Foi então, essa lei que instaurou a possibilidade de medida do fenômeno psicológico, o que até então foi considerado impossível.
Trilhando-se o caminho, Wilhelm Wundt, cria a Universidade de Leipzig, na Alemanha, o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia. Por conta disso ele é considerado o pai da Psicologia moderna ou cientifica
            Com outra ótica, observemos portanto diferentes indivíduos. Claramente será percebido que estes possuem diferente formas de pensar e agir em casos semelhantes. Embora isto aconteça, é claro que o capitalismo impôs sua forma de pensar a cada humano para que haja cada vez mais gasto e produção.
            Descartes foi também, um grande nome, nas suas idéias estão presentes a valorização da razão a idéia do ser singular e a idéia de que a representação do mundo é algo interno ao indivíduo. A Psicologia é produto das duvidas do homem moderno, indivíduo que se ver capaz de se responsabilizar e escolher seu próprio destino.
            O que se construiu tratando-se de sistematização foi o Funcionalismo de W. James, genuinamente americano tendo como preocupação o que os homens fazem e por que motivos fazem, o Estruturalismo de Titchener, que estudará a consciência em seus aspectos estruturais o que o difere do Funcionalismo e o Associacionismo tendo como principal representante Edward L. Thorndike, primeiro formulador de uma teoria de aprendizagem na Psicologia. O Associacionismo se baseia na concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias, das mais simples às mais complexas.
            As questões contemporâneas são distintas. O questionamento feito é como se poderá conhecer o ser humano se o próprio cientista é um objeto de estudo. Passou-se a ser utilizada a objetividade e subjetividade, portanto, separadamente.
            Após o século XX, caracterizou-se um novo método chamado de materialismo histórico e dialético. Este método passou a unir a subjetividade e a objetividade em um único processo. 
            Tomemos por fim o estudo da evolução da Psicologia tendo em vista que a mesma se desenvolve junto com a sociedade e o ser humano. Podemos, portanto, chamá-la de Psicologia contemporânea, que se desenvolve através das teorias novas e da anteriores. Novas teorias sempre surgirão, embora a finalidade seja sempre a mesma: conhecer o homem e entendê-lo.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
BOCK,A. FURTADO,O; TEIXEIRA,M. Psicologias; uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. ref. amp. São Paulo. Saraiva,1999.

GESTALT


"Segundo uma escola de pensamento, os dados que selecionamos como parte do processo perceptivo, ao invés de nos oferecerem uma imagem especular do mundo exterior, adentram nossas mentes em formas abstratas, que são chamadas de estruturas ou gestals."


  • A gestalt, ou Psicologia da forma, nasceu por oposição à Psicologia do século XIX, que tinha por objecto os estados de consciência. Köhler, Wertheimer e Kofka, criticam Wundt e a sua tentativa de decompor os processos mentais nos seus elementos mais simples. Os gestaltistas reagem contra esta concepção atomista e associacionista, invertendo o processo explicativo. Enquanto os associacionistas partem das sensações elementares para construir as percepções, os gestaltistas partem das estruturas, das formas, defendendo que nós percepcionamos conjuntos organizados em totalidades. A teoria da gestalt considera a percepção como um todo, e parte deste todo para explicar as partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar o todo. 



  • Semelhança ( os elementos semelhantes são agrupados, formando um só)



  • Fechamento ( há uma tendência em completar o que se falta, fazendo uma associação e formando uma imagem como um todo)



  • Figura fundo ( há uma tendência em ignorar as diferenças, os detalhes, para que seja preservado a unidade e integridade)










REFERÊNIBLIOGRÁFICA: 
BOCK,A. FURTADO,O; TEIXEIRA,M. Psicologias; uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. ref. amp. São Paulo. Saraiva,1999.
BOWDITCH,J.L.;BUONO, A. F. Elementos de comportamento organizacional.São Paulo: Pioneira, 1992. (3º tiragem 1999)

CIA B